O Êxodo é um dos eventos mais importantes da história do povo de Israel, narrado no segundo livro da Bíblia, que leva o mesmo nome. O Êxodo conta como Deus libertou os israelitas da escravidão no Egito, através de Moisés, seu servo escolhido. Neste artigo, vamos ver um resumo da história de Moisés e do Êxodo, e algumas lições que podemos aprender com ela.
Moisés: o líder escolhido por Deus
Moisés nasceu em uma época em que o faraó do Egito tinha ordenado a morte de todos os meninos hebreus, por medo de que se tornassem uma ameaça para o seu poder. A mãe de Moisés conseguiu esconder o seu filho por três meses, mas depois colocou-o em um cesto e o deixou nas margens do rio Nilo, confiando que Deus cuidaria dele. O cesto foi encontrado pela filha do faraó, que teve compaixão do bebê e o adotou como seu filho. Ela chamou-o de Moisés, que significa “tirado das águas”.
Moisés cresceu na corte do faraó, mas não se esqueceu de sua origem hebraica. Um dia, ele viu um egípcio maltratando um hebreu e o matou, pensando que ninguém o tinha visto. Mas o seu ato foi descoberto e ele teve que fugir para a terra de Midiã, onde se casou com Zípora, a filha de um sacerdote chamado Jetro.
Moisés passou 40 anos cuidando das ovelhas de Jetro, até que um dia ele teve uma visão extraordinária: uma sarça que ardia em fogo, mas não se consumia. Deus falou com Moisés através da sarça e lhe revelou o seu nome: Eu Sou o que Sou.
Deus disse que tinha ouvido o clamor dos israelitas no Egito e que tinha escolhido Moisés para libertá-los da opressão. Moisés resistiu ao chamado de Deus, alegando que não era eloquente nem capaz de enfrentar o faraó. Mas Deus prometeu estar com ele e lhe deu sinais milagrosos para confirmar a sua missão. Deus também enviou Arão, o irmão de Moisés, para ser o seu porta-voz.
O confronto com o faraó
Moisés e Arão voltaram ao Egito e foram falar com o faraó, exigindo que ele deixasse os israelitas saírem para adorar a Deus no deserto. Mas o faraó se recusou a obedecer e endureceu o seu coração. Então Deus enviou dez pragas sobre o Egito, cada uma mais terrível do que a outra, para mostrar o seu poder e julgar os falsos deuses dos egípcios. As pragas foram:
- Água transformada em sangue
- Rãs
- Piolhos
- Moscas
- Peste nos animais
- Úlceras
- Chuva de pedras
- Gafanhotos
- Trevas
- Morte dos primogênitos
A décima praga foi a mais devastadora: todos os primogênitos do Egito morreram, desde o filho do faraó até o filho do escravo, passando pelos animais. Mas Deus poupou os israelitas que obedeceram à sua instrução de sacrificar um cordeiro sem defeito e passar o seu sangue nos umbrais das portas das suas casas. Essa noite ficou conhecida como a Páscoa, pois Deus passou por cima das casas dos israelitas e não permitiu que o anjo da morte entrasse nelas.
Depois da décima praga, o faraó finalmente deixou os israelitas saírem do Egito. Eles eram cerca de 600 mil homens, além das mulheres e crianças, e também levaram consigo muitos bens e rebanhos. Mas logo depois, o faraó se arrependeu da sua decisão e saiu em perseguição dos israelitas com todo o seu exército.
A travessia do Mar Vermelho
Os israelitas ficaram encurralados entre o Mar Vermelho e o exército egípcio, que se aproximava rapidamente. Eles ficaram com medo e reclamaram contra Moisés, dizendo que preferiam ter ficado no Egito do que morrer no deserto. Mas Moisés disse que eles não precisavam temer, pois Deus lutaria por eles e lhes daria a vitória.
Então Deus ordenou a Moisés que estendesse o seu cajado sobre o mar, e o mar se abriu, formando um caminho seco para os israelitas passarem. Eles atravessaram o mar em segurança, mas os egípcios os seguiram pelo mesmo caminho.
Quando todos os israelitas tinham chegado à outra margem, Deus mandou Moisés estender o seu cajado novamente, e o mar voltou ao seu lugar, afogando todos os egípcios. Assim Deus salvou os israelitas da mão do faraó e mostrou a sua glória.
Os israelitas cantaram um cântico de louvor a Deus pela sua libertação e seguiram a sua jornada pelo deserto, guiados por uma coluna de nuvem de dia e uma coluna de fogo de noite.
O Êxodo: uma história de libertação e aliança
O Êxodo é mais do que uma história de libertação física. É também uma história de libertação espiritual e de aliança entre Deus e o seu povo. Deus não só tirou os israelitas da escravidão do Egito, mas também os tirou da escravidão do pecado e da idolatria. Ele os chamou para serem o seu povo santo, separado para ele, e lhes deu a sua lei, que revelava a sua vontade e o seu caráter.
A lei de Deus foi entregue a Moisés no monte Sinai, onde Deus fez uma aliança com os israelitas, baseada na sua graça e na sua fidelidade. Ele prometeu abençoá-los e protegê-los, se eles obedecessem aos seus mandamentos e andassem nos seus caminhos. Ele também lhes deu instruções para construírem um tabernáculo, que seria a sua habitação no meio deles.
O Êxodo é um modelo da obra redentora de Jesus Cristo, que nos liberta da escravidão do pecado e da morte, e nos faz parte da nova aliança, baseada no seu sangue derramado na cruz. Ele nos chama para sermos o seu povo santo, separado para ele, e nos dá o seu Espírito Santo, que escreve a sua lei nos nossos corações.
Ele também nos promete abençoar-nos e proteger-nos, se obedecermos à sua voz e andarmos nos seus caminhos. Ele é o nosso tabernáculo, pois nele habita toda a plenitude da divindade, e ele habita em nós pela fé.
Algumas lições que podemos aprender com o Êxodo
O Êxodo nos ensina muitas lições sobre Deus e sobre nós mesmos. Aqui estão algumas delas:
- Deus é o Senhor da história. Ele não está alheio aos sofrimentos e às injustiças que acontecem no mundo. Ele ouve o clamor do seu povo e intervém na história para libertá-lo e conduzi-lo ao seu propósito. Ele age com poder e autoridade, demonstrando a sua soberania sobre as nações e os falsos deuses. Ele também age com fidelidade e misericórdia, cumprindo as suas promessas feitas aos patriarcas e renovando a sua aliança com Israel.
- Deus é santo e requer santidade. Ele se revela ao seu povo como o “Eu Sou”, o nome que expressa a sua eternidade, imutabilidade e transcendência. Ele é o Deus único e incomparável, que não pode ser representado por imagens ou ídolos. Ele é o Deus que habita entre o seu povo, mas que também exige reverência e obediência. Ele é o Deus que dá a sua lei para orientar o seu povo no caminho da justiça e da santidade.
- Deus é gracioso e paciente. Ele sabe que o seu povo é fraco e pecador, e por isso ele provê meios de perdão e restauração. Ele não desiste do seu povo, mesmo quando ele se rebela e se afasta dele. Ele envia líderes, profetas e sacerdotes para interceder pelo seu povo e ensiná-lo a andar nos seus caminhos. Ele também prepara o seu povo para a vinda do seu Filho, Jesus Cristo, que é o cumprimento de todas as suas promessas e o salvador de todo aquele que nele crê.
Essas são apenas algumas das lições que podemos aprender com o livro de Êxodo. Esse livro nos mostra que Deus é o nosso libertador, legislador, provedor, protetor e redentor. Ele nos chama para sermos o seu povo santo, separado para ele e para a sua glória. Que possamos estudar esse livro com atenção e aplicar os seus ensinamentos à nossa vida.