A oração e o jejum são duas práticas espirituais que Jesus ensinou e praticou durante o seu ministério terreno. Mas qual é a visão de Jesus sobre essas disciplinas? Como devemos orar e jejuar segundo o seu exemplo e ensino? Neste artigo, vamos explorar alguns princípios bíblicos sobre a oração e o jejum, baseados nas palavras e nas atitudes de Jesus.
A Oração como Comunhão com Deus
Jesus tinha uma vida de oração intensa e constante. Ele se retirava frequentemente para lugares solitários para orar (Lucas 5:16). Ele passava noites inteiras em oração (Lucas 6:12). Ele orava antes de tomar decisões importantes (Lucas 6:12-13). Ele orava em momentos de angústia e sofrimento (Mateus 26:36-44). Ele orava pelos seus discípulos e por todos os que creriam nele (João 17). Ele orava com gratidão e louvor ao Pai (Mateus 11:25-26).
A oração, para Jesus, era mais do que um simples cumprimento de um dever religioso. Era uma expressão de comunhão com Deus, de dependência dele, de confiança nele, de submissão à sua vontade, de adoração a ele. A oração era o meio pelo qual Jesus mantinha a sua intimidade com o Pai e recebia a sua orientação e poder.
Jesus nos ensinou a orar da mesma forma. Ele nos ensinou a chamar Deus de Pai, reconhecendo o seu amor e a nossa filiação (Mateus 6:9). Ele nos ensinou a buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, colocando os interesses de Deus acima dos nossos (Mateus 6:10; 6:33). Ele nos ensinou a pedir o pão nosso de cada dia, confiando na provisão de Deus para as nossas necessidades (Mateus 6:11). Ele nos ensinou a perdoar os nossos devedores, assim como Deus nos perdoa dos nossos pecados (Mateus 6:12; 6:14-15). Ele nos ensinou a pedir livramento do mal, reconhecendo a nossa fragilidade e a soberania de Deus (Mateus 6:13).
O Jejum como Consagração a Deus
Jesus também praticou o jejum em alguns momentos da sua vida. O mais notável foi quando ele jejuou por quarenta dias no deserto, antes de iniciar o seu ministério público (Mateus 4:1-2). Nesse período, ele foi tentado pelo diabo, mas resistiu a todas as suas propostas. O jejum foi uma forma de Jesus se consagrar a Deus, se preparar para a sua missão e se fortalecer espiritualmente.
Jesus não nos deixou um mandamento específico sobre o jejum, mas ele reconheceu que os seus discípulos jejuariam depois da sua partida (Mateus 9:14-15). Ele também nos alertou sobre os perigos do jejum hipócrita, que busca apenas a aprovação dos homens e não de Deus (Mateus 6:16-18). Ele nos ensinou que o jejum deve ser feito com sinceridade, humildade e discrição, buscando apenas agradar a Deus e se aproximar dele.
O jejum é uma forma de renunciar voluntariamente a algo que nos dá prazer ou satisfação, como comida, bebida, entretenimento, redes sociais, etc., para dedicar mais tempo e atenção a Deus. O jejum não é um meio de barganhar com Deus ou de manipular as suas bênçãos. É um meio de expressar o nosso amor por ele, o nosso arrependimento dos nossos pecados, o nosso desejo pela sua presença, o nosso anseio pela sua vontade.
Conclusão
A visão de Jesus sobre a oração e o jejum é muito diferente da visão religiosa e legalista que muitas vezes prevalece no meio cristão. Para Jesus, essas práticas não são meras obrigações ou rituais externos. São formas de se relacionar com Deus, de se comunicar com ele, de se consagrar a ele. São formas de crescer na graça e no conhecimento de Deus, de experimentar o seu amor e o seu poder, de participar do seu reino e da sua glória.